“Pegando Fogo”: Sirvam-se!

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Desde que Bradley Cooper me convenceu que é um bom ator dramático – digamos, em “O Lugar Onde Tudo Termina”- fazia questão de ver seus filmes. Mesmo tendo decepcionado feio em “Serena” e “Sob o Mesmo Céu”, sua interpretação em “Sniper Americano” renovou meu voto de confiança, mas, ainda assim, com aquele pé atrás.

Agora, quando o diretor John Wells – do sensacional “Álbum de Família”- lança um novo longa, repete a dobradinha com o renomado diretor de fotografia Adriano Goldman – para quem não sabe, um brasileiro-, e escala Cooper como protagonista, a possibilidade do resultado dessa equação ser uma furada é praticamente nula. Dito e feito.

Adam Jones (Bradley Cooper) é um chef de cozinha cujo uso de drogas e comportamento errático o levaram a perder o seu restaurante. Depois de anos vivendo no anonimato e, desculpem a piadinha infame, comendo o pão que o diabo amassou, ele tenta reconstruir sua vida e sua carreira em Londres, na esperança de retornar a Paris para abrir um novo restaurante com a meta de ganhar a condecoração máxima: três estrelas Michelin.

Com uma estória que dá indícios de um déjà vu aparente –vide “Chef”, do John Fraveau-, e pitadas de alguns clichês, “Pegando Fogo”(Burnt) aos poucos nos surpreende com diálogos inteligentes e bem construídos, onde o drama e a comédia aparecem na medida certa, servindo de entrada para viradas certeiras no roteiro.

Entrando no clima do que se vê na tela, pode-se dizer que tudo é de bom gosto. Desde a direção impecável de Wells, passando pela excelente fotografia de Goldman, até as requintadas performance dos atores coadjuvantes – com destaque para Omar Sy, Daniel Bruhl, e Riccardo Scamarcio. Porém, faltou pouco para alcançar a cotação máxima. Uma última cereja no bolo viria muito bem a calhar.

 

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